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Hostel

A vida privada de cada um de nós compreende a sua intimidade, mas não se esgota nela. Afinal, como dizia a poetisa “Como se um grande amor cá nesta vida não fosse o mesmo amor de toda a gente!...”.

Hostel

A vida privada de cada um de nós compreende a sua intimidade, mas não se esgota nela. Afinal, como dizia a poetisa “Como se um grande amor cá nesta vida não fosse o mesmo amor de toda a gente!...”.

29
Ago18

Paula Rego

Luisa Brito

 

Auto retrato.jpeg

                                                                       Auto-retrato - Paula Rego

Não sendo eu erudita, o meu gosto por qualquer forma de arte vem mais da empatia com a obra. E as pinturas de Paula Rego falam comigo em silêncio. A sua Possessão (I-VII) é de tal forma impressionante que não encontro melhor definição de um silêncio que grita. Também Love nos leva para essa transcendência amorosa que muitos já experienciámos no mais íntimo e, ao mesmo tempo, no mais epidérmico silêncio.

À parte a obra, sinto também empatia com a pessoa pela sua genuinidade. Nascemos genuínos, mas à medida que nos tornamos adultos essa genuinidade vai-se acorrentando, em maior ou menor grau, escrava do julgamento alheio e/ou do nosso próprio julgamento. Por vezes, na idade mais avançada observamos a sua libertação, numa altura em que muito pouco pesa já o juízo alheio. Por vezes acontece-me acerca de uma obra, embora possa gostar do estilo, qualquer coisa não bate certo…. “Canta, mas não me encanta”. A arte, quando é genuína, faz vibrar a nossa alma, tal como a pontinha da cauda erguida do meu gato vibra quando ele está feliz. Paula Rego é genuína. Uma genuinidade que transpira no silêncio da sua obra.

28
Ago18

Silêncio

Luisa Brito

Love.jpeg

Love - Paula Rego

Silêncio

O silêncio de “tirem-me daqui…”

O silêncio de “não consigo fazer de conta…”
O silêncio de “é melhor não dizer nada…”

O silêncio amargoso da decepção.

O silêncio doloroso dos queixumes.
O silêncio de “se ao menos existissem palavras…”
O silêncio de “se falo agora desfaço-me…”

O silêncio salgado das lágrimas.

O silêncio do cheiro do mar.
O silêncio cálido da madeira a crepitar.

O silêncio de “espero que a telepatia não exista…”

O silêncio de “será recíproco?...”

O silêncio impaciente da espera.

O silêncio doce das mãos que se encontram.

O silêncio urgente dos amantes.
O transcendente silêncio do soninho dos anjos.

O silêncio da comunhão.

Porque é que não te calas?
Porque é que te calaste?

23
Ago18

@ Times Square

Luisa Brito

 

 

Times Square 4.jpg

 

 

Numa cidade que é uma salada russa (perdão, americana) de raças, etnias, formas de estar e vestir (ou despir...) que Times Square ilustra tão bem, recordamos de modo mais vívido: Os deliciosos hambúrgueres e as batatas fritas do Shake Shack. O calor estupidamente infernal e húmido de Agosto, nas plataformas do metro, a contrastar com o frio, por vezes gélido, das carruagens. O mesmo se passando com o exterior e o interior dos edifícios a rasar o céu. A pizza do John's de, literalmente, lamber os dedos, num espaço magnífico que outrora foi uma igreja. A magia de assistir ao Chicago no Ambassador, como milhões de outros nos últimos 15 anos (embora as produções do nosso La Féria ponham a encenação do Chicago num chinelo...). A sensação de déjà vu (e o revirar de olhos das miúdas - lá está ela outra vez...) na New York Public Library ladeada pelo seu (Bryant) parquezinho. O extravasar das comportas perante o memorial do Nine Eleven... A verdura apaziguadora do Central Park. Os donuts do pequeno-almoço no hotel. O odor inconfundível de Chinatown, o charme da, verdadeiramente little, Little Italy, a elegância do Soho, o encanto de Brooklyn do “outro lado da ponte”.

Especialmente, os afro-americanos (cerca de 1/4 da população de Nova Iorque) que juntamente com emigrantes, sobretudo asiáticos e hispânicos, constituem a engrenagem que faz NY rodar. Estão nos aeroportos, nos transportes, nos hotéis, nas lojas, nos restaurantes, nos museus e demais spots turísticos e no policiamento (ainda que pouco visível) das ruas. E enquanto que asiáticos e hispânicos, em geral e particularmente os mais velhos, são tímidos e pouco comunicativos, talvez também pela barreira linguística, os afro-americanos são uma explosão de alegria, uma verdadeira joie de vivre contagiante.  Mas acima de tudo, o rapaz do quiosque, onde um postal e um pin de “I love NY” mais um pouco e eram oferecidos... com um abracinho e um “beijinho” encomendado para o Ronaldo (adoro ser Portuguesa!). E discordo veementemente: not America first. Always People first!!!

 

17
Ago18

Ausência

Luisa Brito

IMG-20180817-WA0000.jpg

 

"... Escura é a noite 
Escura e transparente 
Mas o teu rosto está para além do tempo opaco 
E eu não habito os jardins do teu silêncio 
Porque tu és de todos os ausentes o ausente."

Eis-me, Sophia de Mello Breyner Andresen, in 'Livro Sexto' 

14
Ago18

O lado positivo do lado negativo

Luisa Brito

 

IMG_20180814_100903.jpg

 

"Tenho um pensamento optimista na vida em geral, nas coisas em que me meto. Luto por elas. E se tenho derrotas, tento transformá-las em vitórias; ou seja, ver o que há de positivo no que aconteceu. Aliás, este é o único mecanismo que nos permite sobreviver ao erro. Pensar que vai haver outra oportunidade."


João Lobo Antunes, Entrevista Jornal Negócios (2012)

01
Ago18

Da comunhão com os anjos… (meninos de 8 e 9 anos)

Luisa Brito

Estes meninos são hoje adultos. Mas houve um ano em que partilhámos 1 hora aos Sábados. Antes de nos despedirmos, aquietávamo-nos na capelinha da Igreja com umas palavras que, primeiro se rabiscavam em papel e que depois, dizíamos ao Jesus em comunhão uns com os outros. Nunca mais dei (?) catequese, mas estas (e outras) palavras que tantas vezes me fizeram transbordar...  estão tatuadas no meu coração.

 

Gratidão...

- Jesus obrigada por eu ter estes pais que eu adoro tanto na vida.

- Jesus obrigada por me ajudares a partilhar o meu amor com os outros.

- Jesus obrigada por ter um bocado de luz porque com essa luz ilumino um pedaço do meu coração e o outro pedaço dou cheio de amor aos meus melhores amigos.

- Jesus obrigada por me ajudares nas fichas da escola.

e confissão de tristezas

- Há muito tempo eu gostava de um gato chamado Lareco e que já desapareceu e quando eu vi uma fotografia dele chorei com muitas saudades e uma noite sonhei com ele.

- Quando deixei de ver a minha irmã.

- Quando os meus pais discutem.

- Quando preciso de companhia.

- Ontem eu andei à pancada com outro menino e no fim fiquei arrependido e ele também.

- Tinha um amigo muito meu amigo depois ele saiu da escola.

- Eu gostava muito do meu avô e ele morreu numa noite porque estava doente.

- Eu fiquei triste porque a minha amiga ficou triste, mas cada um tem os seus dias.

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