alvas pombas, rubros cravos
Alvas pombas, rubros cravos
25 de Abril
e uma menina assistia
e via,
soldados na rua,
espingardas ao alto,
mas cravos, muitos cravos,
e vermelhos, cor da paixão.
E a menina assistia,
mas não tinha medo
porque pressentia,
no vermelho das flores,
a libertação.
25 de Abril
e outra menina escuta
e aprende.
Imagens antigas,
alvas pombas, rubros cravos
e multidões e canhões.
E a menina escuta,
mas não tem medo
porque pressente,
no rosto de quem conta,
a emoção.
E depois do adeus,
Abril amanheceu
e Portugal cresceu.
Nota: esta poesia assenta numa história (privada) entre mãe e filha…