Fake it until you make it
Há uma expressão "fake it until you make it" que pode ser traduzida informalmente como "finja até conseguir". Esta frase foi relembrada a propósito da fraude de Elizabeth Holmes, a líder da Theranos. Esta jovem mulher conseguiu enganar até os mais influentes, chegando a ser apontada como o próximo Steve Jobs.
Infelizmente, demasiadas vezes costumam triunfar aqueles que fingem ser bons, que se atribuem êxitos ou que, se as coisas não correm bem, culpam os outros pelos seus próprios fracassos.
Culturalmente, a visão sobre o excesso de confiança muda dependendo do país. No mundo ocidental, em geral, há um certo nível de consenso quanto à ideia de que a autoconfiança é algo positivo. Mas na Escandinávia, no Japão ou na Coreia do Sul, as pessoas enfatizam mais a humildade e a modéstia.
Mas no fundo, as pessoas sabem que não é a posição, nem o excesso de confiança que faz o líder, mas sim o respeito e a confiança que gera na sua equipa. E essa confiança ganha-se, efetivamente, através da humildade.
Porque no momento em que colocamos na nossa cabeça que somos algo que não somos, em geral, acabamos agindo de forma arrogante, apresentando uma segurança que é na realidade uma grande insegurança. E líderes inseguros tendem à desconfiança e a ideias persecutórias, manifestando agressividade quando sentem que não conseguem manter o controlo. Estas pessoas estabelecem relações hierárquicas autoritárias e assimétricas, degradando o ambiente de trabalho. E isto constitui, de facto, assédio moral.
Por oposição, o verdadeiro líder é o que se afirma por uma perceção equilibrada e saudável de si próprio. O verdadeiro líder sabe que não sabe tudo. Celebra as suas virtudes sem exagerá-las a ponto de se tornar arrogante, e reconhece as suas áreas deficitárias sem que, por isso, perca a confiança em si próprio.
O verdadeiro líder não finge, é honesto e transparente (honest leader) e inspira a sua equipa a desenvolver e acrescer os seus talentos.